Livro Morto Até o Anoitecer – Charlaine Harris


Neste excelente trabalho de Charlaine Harris, temos uma visão inovadora de se "explorar" o universo dos vampiros. Quando agente pensa que histórias de vampiros já foram todas contadas então, a inspirada Charlaine Harris, nos presenteia com "Morto Até o Anoitecer"

Sinopse:
Esqueça tudo o você já ouviu sobre vampiros. Os mortos-vivos ganharam o direito de existir legalmente. O vampiro Bill Compton está disposto a tudo para se estabelecer em sua cidade natal. O que ele não contava era com uma série de assassinatos inexplicáveis, a desconfiança dos moradores locais e o envolvimento com uma bela - e teimosa - garçonete telepata.

Editora: Prestígio
Autor: CHARLAINE HARRIS
ISBN: 9788577480234
Origem: Nacional
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 316
Acabamento: Brochura
Formato: Grande

Leitura das Primeiras páginas - Copyright © - Todos direitos reservados ao autor da obra.

Capítulo 1
Esperei pelo vampiro durante anos, até que, um dia, ele entrou no bar.
Desde que os vampiros começaram a “sair do caixão” (como se dizia,
por gozação) quatro anos atrás, eu tinha a esperança de que algum deles
aparecesse em Bon Temps. Tínhamos todas as minorias em nossa
cidadezinha — por que não teríamos a mais nova, os mortos-vivos agora
legalmente reconhecidos? Mas o norte caipira da Louisiana, na verdade,
não era muito sedutor para vampiros, ao que parecia; por outro lado, Nova
Orleans era um centro legítimo para eles — por causa daquela coisa toda
de Anne Rice, certo?
A distância entre Bon Temps e Nova Orleans não é assim tão grande,
e todos que vinham ao bar diziam que, se você jogasse uma pedra numa
esquina daqui, acertaria um lá. Embora fosse mais sensato não fazer isso.
Mas eu esperava pelo meu próprio vampiro.
Pode-se notar que não saio muito. E não é porque eu não seja bonita.
Eu sou. Sou loura, de olhos azuis, tenho 25 anos, minhas pernas são fortes
e meu peito é volumoso, e tenho uma cinturinha de vespa. Eu fico bem no
uniforme de verão de garçonete que Sam estabeleceu para nós: calções
pretos, camiseta branca, meias brancas, Nikes pretos.
Mas eu tenho um inconveniente. É como eu tento definir esta coisa.
Os fregueses de bar afirmam que sou louca.
Em todo caso, o resultado é que eu quase nunca arranjo um
namorado. Portanto, pequenas amabilidades fazem uma grande diferença
para mim.
E ele sentou-se numa de minhas mesas — digo, o vampiro.
Saquei imediatamente o que ele era. Espantou-me que ninguém mais
ao redor tivesse se virado para olhar. As pessoas não notavam! Mas, para
mim, a pele dele tinha um pequeno brilho, e reconheci a sua condição no
ato.~ 5 ~
A alegria foi tanta que eu poderia dançar, e de fato ensaiei um passo
caminhando pelo bar. Sam Merlotte, meu chefe, ergueu o olhar da bebida
que estava preparando e deu-me um sorrisinho. Apanhei minha bandeja e a
toalha e rumei na direção da mesa do vampiro. Tinha a esperança de que
meu batom estivesse ainda firme e que meu rabo-de-cavalo não tivesse
saído do lugar. Eu sou meio ansiosa, e sentia meu sorriso puxando os
cantos de minha boca para cima.
Ele parecia perdido em seus pensamentos, e eu tive oportunidade de
dar uma boa olhada nele de alto a baixo antes que erguesse os olhos. Ele
tinha pouco menos  que l,82m, calculei. Tinha cabelos castanho-escuros
bem espessos, penteados diretamente para trás e chegando à gola de sua
camisa, e suas longas costeletas pareciam curiosamente fora de moda.
Naturalmente, era pálido; claro, ora, pois estava morto, se você acredita
naquelas velhas histórias. A teoria politicamente correta, aquela que os
vampiros defendiam em público, é que a criatura era vítima de um vírus
que a deixava aparentemente morta por alguns dias e, portanto, alérgica à
luz do sol, prata e alho. Os detalhes variavam conforme os jornais que
você lesse. Eles andavam cheios de matérias sobre vampiros, ultimamente.
De qualquer modo, seus lábios eram adoráveis, esculpidos com
perfeição, e ele tinha sobrancelhas escuras e arqueadas. Seu nariz descia
aquilino daquele arco, como o de um príncipe num mosaico bizantino.
Quando ele por fim ergueu o olhar, vi que seus olhos eram mais escuros
que seus cabelos, e o branco deles era incrivelmente branco.
— Em que posso lhe servir? — eu perguntei, feliz além da conta.
Ele arqueou as sobrancelhas.
—Você tem sangue sintético engarrafado? — perguntou.
— Não, lamento muito! Sam encomendou um pouco. Vai chegar na
próxima semana.
— Então, me sirva um pouco de vinho tinto, por favor — ele disse, e
sua voz era fria e clara, como a água de um riacho deslizando sobre pedras.
Eu dei uma grande risada. Era perfeito demais.~ 6 ~
— Não ligue pra Sookie, senhor, ela é louca — disse uma voz familiar
que vinha da mesa junto à parede.
Toda a minha felicidade se desfez, embora eu pudesse sentir ainda o
sorriso repuxando meus lábios. O vampiro olhava diretamente para mim,
observando a vida que se esvaía do meu rosto.
— Trago seu vinho num instante — eu disse, e me afastei, sem nem
mesmo olhar para o rosto presunçoso de Mack Rattray.
Ele vinha ao bar quase todas as noites, ele e sua mulher, Denise. Eu
os chamava de Casal Rato. Tinham se esforçado ao máximo para me fazer
mal desde que se mudaram para um trailer de aluguel em Four Tracks
Corner. Eu alimentava a esperança de que se mudassem de Bon Temps tão
repentinamente como tinham chegado.
Quando apareceram pela primeira vez no bar de Sam Merlotte, eu
ouvi suas idéias com má vontade — bem sei, foi baixeza de minha parte.
Fiquei aborrecida como todo mundo, e embora eu passe a maior parte do
tempo  tentando bloquear as idéias que outras pessoas tentam enfiar em
minha cabeça, às vezes eu as deixo entrar. Portanto, fiquei sabendo sobre
os Rattrays algumas coisas que creio que mais ninguém sabia. Por exemplo,
que tinham passado uns tempos na cadeia, embora eu não soubesse por
quê. Outra coisa foi que li os pensamentos sujos que Mack Rattray tinha a
meu respeito. E ouvi então, nos pensamentos de Denise, que ela
abandonara um bebê que tivera havia alguns anos, um bebê que não era
filho de Mack.
E eles não eram de dar gorjeta, também.
Sam encheu um copo com o vinho tinto da casa, olhando para a mesa
do vampiro enquanto o punha sobre minha bandeja.
Quando Sam voltou a olhar para mim, notei claramente que ele
também sabia que nosso novo freguês era um morto-vivo. Os olhos de
Sam são tão azuis quanto os do Paul Newman, em contraste com meus
olhos azuis de um cinzento apagado. Sam é louro também, mas seu cabelo
é encaracolado e seu tom de louro se aproxima a um vermelho-ouro cor de ~ 7 ~
brasa. Ele está sempre um pouco queimado de sol, e embora pareça magro
nas roupas que usa, eu o vi muitas vezes descarregar grandes pesos dos
caminhões de transporte, e ele tem muita força em seus membros
superiores. Eu nunca ouço os pensamentos de Sam. Porque ele é meu
chefe. Tive que me demitir de vários de meus empregos anteriores porque
descobria coisas que não queria saber sobre meus chefes.
Mas Sam não fez comentário algum sobre o vampiro, ele apenas me
passou o vinho. Examinei o copo para ter certeza de que estava
radiosamente limpo e rumei de volta para a mesa do vampiro.
— Seu vinho, senhor  — eu disse cerimoniosamente, e coloquei o
copo de forma cuidadosa na mesa, bem em frente a ele.
Ele me olhou novamente, e eu encarei seus belos olhos, aproveitando
a chance.
— Espero que goste — eu disse orgulhosamente.
Mack Rattray gritou atrás de mim:
— Ei, Sookie! Precisamos de um outro jarro de cerveja aqui!
Suspirei, resignada, e virei-me para levar o jarro vazio que estava na
mesa dos Ratos. Denise estava em ótima forma nessa noite, notei, usando
um traje de frente única e calções curtos, sua massa de cabelos castanhos
arrumada na cabeça em elegantes emaranhados. Denise não era bonita, na
verdade, mas era tão vistosa e confiante que a gente demorava um pouco
para notar isso.
Um pouquinho depois, para meu desgosto, notei que os Rattrays
tinham se mudado para a mesa do vampiro. Estavam conversando com ele.
Não pude ver se ele estava respondendo com entusiasmo, mas ele
tampouco saiu da mesa.
— Olhe para aquilo! — eu disse, com desagrado, para Arlene, minha
colega de trabalho.
Arlene é ruiva, sardenta e dez anos mais velha que eu, e foi quatro
vezes casada. Ela tem dois filhos, e, de vez em quando, acho que me
considera o terceiro.

Para apreciar toda esta leitura, compre este livro, prestigie o autor e presenteie alguém.

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